Papa: ‘Jamais ter medo de ternura’ - entrevista

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Turim, Itália, 15 dez (SIR) – Em entrevista ao jornal turinês “La Stampa”, Papa Francisco fala do Natal, fome no mundo, sofrimento das crianças, reforma da Cúria, mulheres cardeais, IOR e a próxima viagem à Terra Santa.

“O Natal, para mim, é esperança e ternura...”. Francisco conta seu primeiro Natal como bispo de Roma em entrevista ao jornal “La Stampa” publicada na edição deste domingo. Francisco fala do sofrimento inocente das crianças e da tragédia da fome no mundo, das relações com as outras confissões cristãs e do «ecumenismo do sangue» que une na perseguição, aborda as questões sobre a família que serão debatidas no próximo Sínodo, responde a quem o criticou nos EUA definindo-o “marxista”.

“O Natal é o encontro de Deus com o seu povo. E é também uma consolação, um mistério de consolação”, explica. “Tantas vezes, depois da missa de meia-noite, passei algumas horas sozinho, na capela, antes de celebrar a missa da aurora, com sentimentos de profunda consolação e de paz”.

“Na Noite de Natal – acrescenta – penso, sobretudo aos cristãos que aí vivem, aos que passam por dificuldades, aos que foram obrigados a deixar aquela terra por diferentes problemas». Com relação ao sofrimento das crianças, Francisco afirma: «Diante de uma criança que sofre, a única oração que nasce em mim é o oração do por quê. Senhor, por quê?”

Com relação à acusação de ser “marxista” que lhe foi dirigida por ultraconservadores norte-americanos após a publicação da exortação “Evangelii Gaudium”, o Papa responde: “A ideologia marxista está errada. Mas em minha vida conheci muitos marxistas bons como pessoas, e por isso não se sinto ofendido”. Em todo caso, esclarece: “Na exortação não há nada que não esteja na Doutrina social da Igreja”. Respondendo a uma pergunta sobre a unidade dos cristãos, Bergoglio fala do «ecumenismo do sangue”.

“Em alguns países matam os cristãos porque carregam a cruz ou tem a Bíblia, e antes de mata-los não lhes perguntam se são anglicanos, luteranos, católicos ou ortodoxos. O sangue é misturado. Para os que matam, são cristão”.

Em relação aos divorciados recasados, Francisco lembra que a exclusão da comunhão “não é uma condenação”.  E acrescenta que estes temas serão aprofundados e esclarecidos no próximo Sínodo. A reforma da Cúria: o Papa explica que em fevereiro os oito cardeais seus “conselheiros” lhe entregarão “suas primeiras sugestões” concretas. E quanto à intenção de nomear algumas mulheres cardeais, que alguém lhe atribuiu, corta o assunto: “É uma frase que não sei de onde veio. As mulheres na Igreja devem ser valorizadas, não ‘clericalizadas’”....
SIR

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