A Igreja do Papa Francisco. Um pequeno decálogo

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Por Víctor Codina

Em 28 de fevereiro de 2013, Bento XVI abandonava o Vaticano, de helicóptero, para dirigir-se a Castel Gandolfo. Começava, assim, na Igreja católica o tempo chamado sede vacante, que terminou no dia 13 de março de 2013 com a eleição de Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco.

Mas, esta viagem de Bento XVI a Castel Gandolfo não encerrava apenas o seu pontificado, nem significava apenas uma substituição no Vaticano, mas suporia uma profunda mudança eclesial.
Para compreender esta afirmação devemos nos remontar ao tempo de João XXIII e à convocação do Concílio Vaticano II, em 1959. O Vaticano II (1962-1965) significou o “réquiem do constantinismo”, ou seja, a superação do estilo de Igreja da cristandade vigente desde o século IV e que se reforçou e consolidou no tempo de Gregório VII: uma Igreja convertida em uma grande instituição clerical, centralizada em Roma, fechada ao mundo, única âncora de salvação, uma espécie de grande pirâmide monárquica e vertical, triunfalista e dominadora.
O Vaticano II oferece outra imagem de Igreja, Povo de Deus, que caminha com toda a humanidade rumo ao Reino de Deus, que respeita a liberdade religiosa e reconhece que o Espírito do Senhor dirige não apenas a Igreja católica, mas todas as Igrejas cristãs e todas as religiões e todos os povos para a salvação. Daí nasceu a índole misericordiosa, esperançosa e dialogante do Vaticano II, frente ao dogmatismo intransigente e inquisitorial da Igreja cristandade. Foi um verdadeiro Pentecostes, como João XXIII havia desejado e pedido.
Mas, este concílio inaugurado por João XXIII e encerrado por Paulo VI logo suscitou suspeitas, reações contrárias e medos. Criticaram-se os abusos e exageros cometidos em nome do concílio, temia-se a perda da identidade eclesial, preocupava o fato de que se pudesse chegar a uma ruptura e a uma divisão eclesial, eclodiram sentimentos de saudade da velha e tradicional Igreja da Cristandade, a Igreja das catedrais e das Sumas Teológicas...
Isto explica que os últimos anos do pontificado de Paulo VI (alguns acreditam que já a partir da publicação da Encíclica Humanae Vitae sobre a “pílula”, em 1968) e, sobretudo, nos pontificados de João Paulo II e Bento XVI, realizaram-se uma leitura e uma hermenêutica do Vaticano II mais em continuidade com a tradição anterior do que com a novidade e o aggiornamento que havia impulsionado o bom Papa João. A partir de então o impulso conciliador se diluiu e houve freios em todas as instâncias (liturgia, ecumenismo, colegialidade episcopal, autonomia das Igrejas locais, responsabilidade laical, profetismo da vida religiosa, novos sinais dos tempos, novas teologias, inculturação...) e se passou da primavera conciliar ao inverno eclesial.
Sem dúvida, João Paulo II teve um grande dinamismo geopolítico e queria reformar a Igreja e implantar o concílio, mas mantendo inalterada a doutrina e a estrutura eclesial existente. Não é casual que o Papa polonês fizesse parte do grupo minoritário do Vaticano II que dissentia de muitas das propostas conciliares e defendia a chamada “linha cracoviense”. Ratzinger por sua vez, apoiou teologicamente o pontificado de João Paulo II e uma vez eleito pontífice como Bento XVI buscou, sem dúvida, uma renovação eclesial, mas a partir de uma filosofia e uma teologia tão ortodoxas e racionais que fechavam o caminho para uma real inovação na Igreja.
Seria falso deduzir do que foi dito anteriormente que o Vaticano II não produziu frutos positivos, mesmo em meio ao inverno eclesial. Assim como seria falso acreditar que na época da Cristandade não houve grandes elementos de vida e santidade. O Espírito não deixa de vivificar sempre a Igreja e suscita continuamente movimentos de reforma e de retorno ao Evangelho: nunca na Igreja faltaram santos e santas, profetas e místicos, reformadores e renovadores. Mas não se pode ocultar que as consequências eclesiais da postura neoconservadora do pós-concílio foram funestas. Bento XVI, comentando o episódio evangélico da tempestade acalmada, confessava:
“Também hoje a barca da Igreja com o vento contrário da história, navega pelo oceano agitado do tempo. Tem-se muitas vezes a impressão de que está para se afundar. Mas o Senhor está presente”.
Na realidade, não era apenas o vento adverso da história que sacudia a barca eclesial, mas a própria estrutura da barca, muito pesada e com muitas rachaduras. Se a isto acrescentarmos os abusos sexuais do clero e os escândalos econômicos do Banco Vaticano, compreender-se-á o descrédito a que havia chegado a Igreja e o êxodo crescente de fiéis que abandonaram a Igreja. Não é estranho que Bento XVI, com grande humildade, realismo e coragem, renunciasse e afirmasse: “Já não tenho mais forças”.
Os gestos simbólicos do Papa Francisco
O novo Papa Francisco, antes de pronunciar discursos e escrever encíclicas foi realizando uma série de gestos simbólicos de grande carga significativa que foram facilmente captados por todo o mundo e foram amplamente difundidos pelos meios de comunicação.
Estes gestos foram mudando o ambiente eclesial dominante, aproximaram a Igreja do mundo de hoje e suscitaram a esperança de uma nova primavera eclesial: proclama-se simplesmente Bispo de Roma, assume o nome de Francisco, opoverello de Assis que queria reformar a Igreja, pede orações por ele ao povo, beija um menino deficiente e abraça um homem com o rosto totalmente deformado, na Quinta-Feira Santa lava os pés de uma jovem muçulmana de uma prisão, em Assis come com crianças com síndrome de Down, vai à ilha de Lampedusa em sua primeira viagem para fora de Roma e joga uma coroa de flores amarelas e brancas ao mar em memória dos emigrantes mortos, convoca um dia mundial de oração e de jejum pela paz na Síria interpelado fortemente pelos rostos das crianças mortas por armas químicas, usa seus sapatos velhos em vez dos sapatos vermelhos de seu antecessor, opta por não morar nos Palácios Apostólicos Vaticanos, mas na residência de Santa Marta, viaja por Roma em um carro simples e pequeno para não escandalizar as pessoas dos bairros periféricos populares, responde a perguntas de um jornalista não crente, convida rabinos da Argentina para visitá-lo em Santa Marta, presenteia sapatinhos para o neto de Cristina Fernández de Kirchner, recebe Gustavo Gutiérrez, o pai da Teologia da Libertação, leva um ramo de flores à sepultura do Pe. Pedro Arrupe, convida quatro mendigos para o seu aniversário, visita favelas no Rio e casas de migrantes africanos em Roma... Estas “florzinhas do Papa Francisco”, assim como as “florzinhas de João XXIII”, foram facilmente entendidas pelo povo.
Os especialistas em semiótica ressaltam o valor significativo dos gestos simbólicos, que vão além das palavras, pois os símbolos sempre dão o que pensar. Isto é verdade, mas à margem desta explicação semiótica, há outra razão mais profunda que explica esta mudança de receptividade eclesial e mundial: estes gestos simbólicos de Francisco têm um profundo sabor evangélico, têm o cheiro do Evangelho, de Jesus de Nazaré. Por isso, não apenas seus gestos, mas também suas palavras são acolhidas agora de uma forma nova.
O que Francisco diz e faz não é senão traduzir o Evangelho para o mundo de hoje: está mais preocupado com a fome no mundo do que com os problemas intraeclesiais, afirma que mais do que se centrar obsessivamente nos problemas morais é preciso anunciar a grande alegria da salvação que vem de Jesus, sonha que a Igreja seja uma Igreja pobre e dos pobres.
Pouco a pouco foi acrescentando aos gestos simbólicos mensagens de grande conteúdo pastoral, desde as suas homilias diárias na Capela de Santa Marta até a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. Se João Paulo II e Bento XVI eram professores universitários, Francisco é, sobretudo, pastor, como João XXIII.
Mudou totalmente o clima pastoral, há um ar novo vindo desta vez do Sul, “do fim do mundo”, do mundo dos pobres. Os gestos e palavras de Francisco não são fruto de uma improvisação, mas consequência do seu trabalho pastoral em Buenos Aires, do seu contato com o povo, com as favelas, com os padres “villeros”. Mudou também o clima eclesial, há alegria e entusiasmo entre os fiéis, há expectativa e surpresa nos ambientes sociais e políticos que o nomearam o Homem do Ano; 2013 foi o ano do Papa Francisco.
A Igreja do Papa Francisco
Depois de um ano, qual é o balanço do pontificado de Francisco, qual é a imagem da Igreja de Francisco que vai se desenhando? Quais são as características da Igreja segundo Francisco? Apresentamos um pequeno decálogo.
1. De uma Igreja poderosa, distante, fria, endurecida, medrosa, reacionária, da qual as pessoas se afastam e abandonam... a uma Igreja pobre, simples, próxima, acolhedora, sincera, realista, que promove a cultura do encontro e da ternura. O novo Bispo de Roma, Francisco, reconhece-se pecador e pede orações; recorda que a Igreja necessita de uma conversão e uma contínua reforma evangélica, uma reforma à moda Francisco de Assis.
2. De uma Igreja moralista obsessivamente preocupada com o aborto, com o controle de natalidade, com o casamento homossexual... a uma Igreja que vai ao essencial, que se centra em Jesus Cristo contemplado e adorado, recupera o Evangelho, anuncia a grande Boa Notícia da salvação em Cristo, pois Jesus é o único que atrai; quer difundir o cheiro do Evangelho de Jesus, pede aos jovens que não se envergonhem de ser cristãos, que coloquem Jesus Cristo no centro das suas vidas, a fé em Jesus Cristo é coisa séria, não uma fé descafeinada. Não pode ser um cristianismo de meras devoções, sem Jesus. O Papa, assim como Pedro, não tem ouro nem prata, mas traz o mais valioso: Jesus Cristo, Ele é a única riqueza. Mas um Jesus Cristo morto e ressuscitado; não se deve ficar no sepulcro, não se deve ser cristão de quaresma sem Páscoa... A alegria do Evangelho enche o coração de todos os que se encontram com Jesus.
3. De uma Igreja centrada no pecado e que fez do sacramento da confissão uma tortura e converteu o acesso aos sacramentos em uma alfândega inquisitorial... a uma Igreja da misericórdia de Deus, da ternura, da compaixão, com entranhas maternais, que reflete a misericórdia do Pai, uma Igreja sobretudo hospital de campanha que cura feridas de emergência, que cuida da criação, na qual os sacramentos são para todos, não só para os perfeitos. A convocação de um Sínodo sobre a Família e o questionário que enviou e que trata de temas pastorais urgentes como a situação dos divorciados recasados, a união de homossexuais, as relações pré-matrimoniais, o controle de natalidade e o magistério sobre a moral sexual... indica que há um desejo de ampliar o campo da misericórdia e estendê-lo a todas as situações conflitivas.
4. De uma Igreja centrada nela mesma, autorrefencial, preocupada com o proselitismo... a uma Igreja dos pobres preocupada sobretudo com a dor e o sofrimento humano, a guerra, a fome, o desemprego juvenil, os anciãos, onde os últimos sejam os primeiros, onde não se possa servir a Deus e ao dinheiro; uma Igreja profética, livre em relação aos poderes deste mundo; na Evangelii Gaudium afirma que o atual sistema econômico baseado na idolatria do dinheiro é injusto, pois enriquece alguns poucos e converte uma grande maioria em massas sobrantes, é um sistema excludente que mata; por isso, lança um “não” a uma economia de exclusão, um “não” à nova idolatria do dinheiro, um “não” ao dinheiro que governa em vez de servir, um “não” à desigualdade que gera violência. Em Lampedusa, critica a atitude dos países ricos em relação aos emigrantes africanos e asiáticos, muitos dos quais morrem na tentativa de chegar às costas europeias: é uma vergonha, vivemos na bolha do consumo e com o coração anestesiado diante do sofrimento alheio; no Brasil, diz aos jovens que arrumem confusão e sejam revolucionários em busca de um mundo melhor e mais justo; afirma que as confissões religiosas do mundo inteiro devem unir-se para resolver o problema da fome e da falta de educação...
5. De uma Igreja fechada em si mesma, relíquia do passado, com tendência a olhar para o próprio umbigo, com sabor de estufa, que espera que os outros venham até ela... a uma Igreja que sai às ruas, “rueia a fé”, vai às margens sociais e existenciais, às fronteiras, aos que estão longe, mesmo sob o risco de sofrer acidentes; não teme uma Igreja minoritária e pequena, contanto que seja semente e fermento, que abra caminhos novos, que vá sem medo para servir, uma Igreja ao ar livre, que sai às sarjetas do mundo, uma Igreja em estado de missão.
6. De uma Igreja que discrimina os que pensam diferente, os diversos, os outros... a uma Igreja que respeita os que seguem sua própria consciência, as outras religiões, os ateus, os homossexuais, dialoga com não crentes, com judeus, nossos irmãos maiores, uma Igreja de portas abertas, atenta aos novos sinais dos tempos.
7. De uma Igreja com tendência restauracionista e que tem saudades do passado... a uma Igreja que considera que o Vaticano II é irreversível, que é preciso implantar suas intuições sobre a colegialidade, evitar o centralismo e o autoritarismo no governo, caminhar em meio às diferenças. O próprio título de Bispo de Roma é uma confirmação da colegialidade episcopal, da colegialidade com seus irmãos bispos. O Papa reconhece que não tem resposta para todas as questões, que é preciso reformar o papado, que é preciso dar responsabilidades aos leigos, dar maior protagonismo à mulher, desclericalizar a Igreja, pois o clericalismo não é cristão.
8. De uma Igreja com pastores fechados em suas paróquias, clérigos de despacho, que buscam fazer carreira, que estão no laboratório e às vezes acabam sendo colecionadores de antiguidades, com bispos que sempre estão nos aeroportos... a pastores que cheiram a ovelha, que caminham na frente, atrás e no meio do povo; o carreirismo é a lepra do papado, a cúria é vaticanocêntrica e facilmente transfere sua visão ao mundo.
9. De uma Igreja envelhecida, triste, com gente com cara de cadáver ou com sorriso de aeromoça... a uma Igreja jovem e alegre, fermento na sociedade, com a alegria e a liberdade do Espírito, com luz e transparência, sem nada a ocultar, com flores na janela e cheiro de lar, onde os jovens sejam protagonistas, pois são como a menina dos olhos da Igreja.
10. De uma Igreja ONG piedosa, clerical, machista, monolítica, narcisista... a uma Igreja Casa e Povo de Deus, mesa mais que estrado, que respeita a diversidade, onde os leigos, as mulheres, as famílias jogam um papel relevante. É a Igreja de Aparecida, de discípulos e missionários para que os nossos povos em Cristo tenham vida, uma casa eclesial onde reina a alegria.
Na realidade, depois de um ano de sua gestão pastoral como Bispo de Roma podemos afirmar que com Francisco retomou-se o Vaticano II que havia ficado de algum modo silenciado e estacionado. Não inventa nada de novo, reassume o impulso pentecostal do Vaticano II. A Igreja do Papa Francisco no fundo é a Igreja do Vaticano II, a mesma Igreja que sonhou João XXIII e que até agora havia sido fortemente freada e diluída. Volta a renascer uma primavera eclesial.
Não é pura casualidade que Bergoglio provenha da América Latina, uma Igreja que recebeu o Vaticano II com grande criatividade e profundidade: a Igreja de Medellín e Aparecida, a Igreja com alguns bispos verdadeiros Santos Padres da Igreja dos pobres – como Helder Câmara e Romero –, a Igreja das comunidades de base, da Bíblia devolvida ao povo, a Igreja da profunda religiosidade popular dos pobres, a Igreja de leigos comprometidos com a justiça e com a pastoral, a Igreja de uma vida religiosa inserida entre os pobres, a Igreja de numerosos mártires assassinados por defenderem a fé e a justiça.
Questionamentos e interrogações
É muito o que o Papa Francisco realizou em seu primeiro ano de pontificado, mas é muito o que ainda resta por fazer. Cabe a Francisco levar a término questões que o Concílio iniciou, mas não chegou a concretizar, como o modo de eleição dos bispos, fazer que os sínodos sejam não apenas consultivos, mas deliberativos, favorecer a autonomia e a responsabilidade das Igrejas locais...
E enfrentar o que o Vaticano II não tratou, mas que são tarefas e desafios urgentes: reforma do papado e da cúria, abandono de chefatura do Estado Vaticano, mudar o modo de eleição do Papa, revisão da estrutura de cardeais e núncios, abandonar o episcopado honorífico e sem diocese real dos dirigentes dos dicastérios da cúria, repensar o papel da mulher na Igreja, promover a ordenação de homens casados, revisar a moral sexual e matrimonial, a pastoral com os divorciados recasados, o problema da homossexualidade, a relação com os teólogos, assumir o grande desafio ecológico...
Acrescentemos a tudo isso a necessidade de responder à problemática religiosa e espiritual que surge do novo contexto sócio-cultural, científico e técnico do mundo de hoje, do novo tempo axial que está aparecendo com paradigmas que rompem os esquemas religiosos provenientes do neolítico – centrados no sacerdote, no altar e no sacrifício –, reagir diante das novas formas de espiritualidade e de agnosticismo, etc. Atualmente, o problema já não é, como no Vaticano II, perguntar: “Igreja, o que dizes de ti mesma”, mas “Igreja, o que dizes sobre o mistério de Deus”
Poderá um só homem levar a cabo estas reformas tão necessárias e urgentes? Não é carga excessiva para o primado de Pedro? Não deveria ser uma tarefa colegial de todos os bispos, mais ainda de toda a Igreja? Não é o próprio Francisco quem nos pede que todos sejam “audazes e criativos”?
Devemos afirmar que é uma ilusão pensar que as reformas e mudanças eclesiais vêm exclusivamente de cima. A história nos ensina que as grandes transformações da Igreja (como também da sociedade...) surgiram debaixo para cima, a partir de onde ordinariamente age o Espírito: desde os leigos, os pobres, as mulheres, a gente marginalizada. Cabe a todos renovar e reformar a Igreja a partir do Evangelho, convertendo-nos a Jesus de Nazaré e ao seu Reino. Sem a cooperação e a iniciativa da base, a Igreja nunca vai mudar.

Enquanto agradecemos ao Senhor pelo grande dom do Papa Francisco que devolveu a alegria à Igreja, estejamos dispostos a colaborar na renovação da Igreja. O Papa Francisco já nos abriu o caminho.
Terminamos com uma poesia de Rafael Alberti (1902-1999), poeta espanhol, na qual simula um diálogo entre a estátua de bronze de Pedro do Vaticano e o Senhor:
“Diz, Jesus Cristo
Por que me beijam tanto os pés?
Sou São Pedro aqui sentado,
em bronze imobilizado,
não posso olhar para o lado nem dar um pontapé,
pois tenho os pés gastados, como vês.
Faz um milagre, Senhor.
Deixa-me descer ao rio
voltar a ser pescador
que é o que sou”.
Religión Digital, 20-07-2014.
Víctor Codina é teólogo jesuíta.
23/07/2014  |  domtotal.com

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