Hino
De pé a Mãe
dolorosa,
junto da cruz,
lacrimosa,
via Jesus que
pendia.
No coração
transpassado
sentia o
gládio enterrado
de uma cruel
profecia.
Mãe entre
todas bendita,
do Filho
único, aflita,
à imensa dor
assistia.
E, suspirando,
chorava,
e da cruz não
se afastava,
ao ver que o
Filho morria.
Pobre mãe, tão
desolada,
ao vê-la assim
transpassada,
quem de dor
não choraria?
Quem na terra
há que resista,
se a mãe assim
se contrista
ante uma tal
agonia?
Para salvar
sua gente,
eis que seu
Filho inocente
suor e sangue
vertia.
Na cruz por
seu Pai chamando,
vai a cabeça
inclinando,
enquanto
escurece o dia.
Quando chegar
minha hora,
dai-me, Jesus,
sem demora,
a intercessão
de Maria.
MEDITAÇÃO
Dos Sermões de
São Bernardo, abade
(Sermo in dom.
infra oct. Asumptionis,14-15: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],273-274)
(Séc.XII)
Estava sua mãe
junto à cruz
O martírio da
Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do
Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o
menino, como um sinal de contradição, e
a Maria: e uma espada traspassará tua alma (cf. Lc 2,34-35).
Verdadeiramente,
ó santa Mãe, uma espada traspassou tua alma. Aliás, somente traspassando-a,
penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente,
mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não
atingiu a alma dele, mas ela traspassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua,
porém, não podia ser arrancada dali. Por isto a violência da dor penetrou
em tua alma e
nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a
compaixão
ultrapassou a dor da paixão corporal.
E pior que a
espada, traspassando a alma, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre
a alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! que troca incrível!
João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo
Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro.
Como ouvir isto deixaria de traspassar tua alma tão afetuosa, se até
a sua
lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?
Não vos
admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se
recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava
o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto;
esteja também
longe de seus servos.
Talvez haja
quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” Sem dúvida alguma.
“E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim
sofreu com o Crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua
sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a
padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no
coração? É
obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela
nunca houve igual.
Responsório Lc
23,33; cf. Jo 19,25; cf. Lc 2,35
R. Após chegar ao lugar que é chamado
Calvário,
crucificaram
Jesus.
* Junto à Cruz de Jesus estava, em pé, sua Mãe.
V. Uma espada de dor, então, transpassou
o seu coração.
* Junto à cruz.
Oração
Ó Deus, quando
o vosso Filho foi exaltado, quisestes que sua Mãe estivesse de pé junto à cruz,
sofrendo com ele. Dai à vossa Igreja, unida a Maria na paixão de Cristo, participar da
ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
R. Graças a Deus.
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