Por Alvaro de Juana VATICANO, 23 Out. 15 / 10:50 am (ACI).- O Papa Francisco meditou hoje sobre os “sinais dos tempos” e como o cristão é chamado a interpretá-los através do silêncio, da reflexão e da oração, graças a liberdade que deu ao homem.
Durante a homilia da Missa presidida em Santa Marta, o Pontífice explicou: “Para entender os sinais dos tempos, antes de tudo é preciso o silêncio: silenciar e observar. E, em seguida, refletir dentro de nós. Um exemplo: por que existem tantas guerras hoje? Por que aconteceu algo? E rezar... Silêncio, reflexão e oração. Somente assim poderemos entender os sinais dos tempos, o que quer nos dizer Jesus”.
Na sua opinião todos podem entender os sinais dos tempos, não é uma tarefa exclusiva de uma elite cultural. Jesus, recordou, não diz “vejam como fazem os universitários, como fazem os doutores, os intelectuais...”. Jesus, destacou o Papa, fala aos camponeses que “em sua simplicidade” sabem “distinguir o joio do trigo”.
“Os tempos fazem o que devem: mudam. Os cristãos devem fazer aquilo que Cristo quer: avaliar os tempos e mudar com ele, permanecendo ‘firmes da verdade do Evangelho, o nosso comportamento deve se mover continuamente de acordo com os sinais dos tempos”.
O Papa comentou o Evangelho do dia no qual Jesus fala precisamente dos sinais dos tempos, definindo “hipócritas aqueles que discernem as coisas do mundo, mas não fazem o mesmo com as coisas de Deus”.
Francisco recordou: “Deus nos criou livres e para ter esta liberdade devemos nos abrir à força do Espírito Santo e entender bem o que acontece dentro de nós e fora de nós”, usando o “discernimento”.
“Temos esta liberdade de julgar o que acontece fora de nós, mas para julgar temos que saber bem o que ocorre fora de nós. E como se pode fazer isto? ”, perguntou-se.
“Como se pode fazer o que a Igreja chama ‘conhecer os sinais dos tempos’? Os tempos mudam; é justamente a sabedoria cristã a conhecer estas mudanças, conhecer os diferentes tempos e também os sinais dos tempos”.
“O que significa uma coisa e a outra. Fazer isto sem medo, com liberdade”, adicionou.
O Santo Padre reconheceu que não é algo “fácil”, são muitos os condicionamentos externos que pressionam também os cristãos.
“Este é um trabalho que, com frequência, não fazemos: nos conformamos, nos tranquilizamos com ‘me disseram, ouvi, as pessoas dizem, eu li....’ Assim estamos tranquilos... Mas qual é a verdade? Qual é a mensagem que o Senhor quer me passar com este sinal dos tempos?”.
“Somos livres. Somos livres pelo dom da liberdade que Jesus Cristo nos deu. Mas o nosso dever é olhar o que acontece dentro de nós, discernir os nossos sentimentos, os nossos pensamentos; e o que acontece fora de nós e discernir os sinais dos tempos. Com o silêncio, com a reflexão e com a oração”, concluiu.
Evangelho do dia
Naquele tempo, Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
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