"Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a boa nova aos pobres, e curar os corações contritos" (Lc 4, 18).
O amor com que tratou os mais necessitados espelhava o próprio Cristo. A Igreja celebra sua memória em 27 de setembro.

São Vicente de Paulo nasceu de família pobre, em 1581, na França. O pai, observando com satisfação as excelentes qualidades de espírito do filho, esforçou-se ao máximo para lhe proporcionar os estudos eclesiásticos, como era desejo de Vicente. Logo após ser ordenado padre foi trabalhar como vigário paroquial numa pequena paróquia rural; aí teve contato direto com as misérias materiais e espirituais que assolavam a sociedade francesa desta época.
Estamos no século XVII, a França é contada entre as primeiras potências na Europa, impulsionada pelo ideal de grandeza nacional, mas devastada por guerras e lutas internas. É o século do Rei Sol, rei Luís XIV, século na verdade, de grandes misérias: por toda parte havia crianças abandonadas, prostituição, pobreza e ruínas resultantes das guerras e revoluções, além de ignorância religiosa das populações rurais e um lamentável estado de boa parte do clero. É este o triste quadro da situação social e religiosa da França nesse século.
Toda essa realidade que o circundava foi como que a motivação primeira para que ele envereda-se por uma profunda vocação de ajuda aos mais necessitados.
Vicente também passou por grande provação ao ser capturado por piratas durante uma viagem e vendido como escravo em Tunis, na África, onde lhe foram impostos pesados trabalhos. Ele em nenhum momento murmurou, aceitando com bondade e humildade tal sorte, sendo durante seu cativeiro tão grande pregador do Evangelho, que converteu seu patrão do islamismo.

Com um grupo de companheiros funda a Congregação da Missão ou dos Lazaristas, sacerdotes que emitiam votos de consagração à evangelização dos pobres.

Durante sessenta anos a França viu esse homem infatigável, dotado de grande fineza de espírito, rico de piedade simples e profunda.
Foi inspirador de muitíssimas obras que surgiram depois dele. Entre elas destaca-se por iniciativa de Frederico Ozanam (1813-1835), as Conferências de São Vicente de Paulo, através das quais especialmente jovens se colocam a visitar e socorrer os pobres em suas casas.
São Vicente alcançou a idade de 85 anos. Embora bastante enfraquecido e alquebrado, levantava-se às 4 horas, celebrava a Missa e dedicava três horas à oração. Morreu aos 27 de setembro de 1660, riquíssimo de méritos, sendo seu corpo sepultado na igreja de São Lázaro (ou capela dos Lazaristas), enquanto seu coração se conserva também incorrupto no convento das Irmãs da Caridade em Paris.

Ó Deus, que, para socorro dos pobres e formação do clero, enriquecestes o presbítero são Vicente de Paulo com as virtudes apostólicas, fazei-nos, animados pelo mesmo espírito, amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
(Publicado em 27.09.2010, atualizado em 27.09.2012)
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