Nasceu em 15 de agosto de 1591,recebendo dos pais educação humana e cristã esmerada. Embora sentisse um chamado à vida religiosa, casou-se aos 22 anos com Antony Le Gras, secretário da rainha Maria de Médici. Tiveram um só filho, muito virtuoso, ficando viuva em 1625.
Procurou alívio e consolo em Deus, dedicando-se inteiramente às obras de caridade. Por sugestão do seu confessor buscou a direção espiritual de São Vicente de Paulo, que estava iniciando em Paris sua obra caritativa, fundando por toda parte confrarias de caridade, ajudado por piedosas senhoras, onde socorriam os enfermos e marginalizados.
Intuindo em Luiza uma alma eleita e pronta a qualquer sacrfifício, confiou a ela este movimento de confrarias para coordenar e animar. Ela então, entregou-se a esta obra totalmente, conseguindo logo os frutos esperados. Conseguiu fundar as confrarias nas paróquias, com senhoras de boa vontade atendendo os pobres e doentes. Apesar da boa vontade das senhoras, elas tinham dificuldade para perseverar, principalmente as da alta sociedade e Luísa logo se convenceu da necessidade de fundar uma congregação religiosa, que com mais ordem e dedicação pudesse levar adiante a obra da caridade, como a idealizava.
Com São Vicente, fundou a "Congregação das Irmãs da Caridade", oficializada na festa da Anunciação, 25 de março de 1634. As irmãs renovam todos os anos os votos de consagrar-se ao serviço dos pobres. São Vicente deu à Congregação uma regra que na época era uma inovação: as Irmãs da Caridade teriam como Convento a casa dos enfermos, como claustro as ruas da cidade, como clausura a obediência, como grade o santo temor de Deus e como véu a santa modéstia.
Foi a primeira Ordem Religiosa na qual as irmãs podiam sair à rua para trabalhar em hospitais e não eram obrigadas a fazer o voto perpétuo e ainda não eram obrigadas a usar o hábito quando serviam como enfermeiras. Luiza era muito inteligente e diz a tradição que escreveu as regras a pedido de São Vicente. Inspirada nas palavras de São Paulo "A caridade de Cristo me impele", ela disse: Nosso lema é " Nosso convento é o quarto dos adoentados, nossa capela a igreja da paróquia e nosso claustro as ruas da cidade".
Ela foi um guia espiritual para vários grupos femininos e em pouco tempo havia 60 casas das Irmãs de Caridade espalhadas por toda a França. Durante a peste que vitimou Paris em 1652, Luísa socorreu 14 mil doentes, distribuindo sustento a pessoas de todas as classes.
O que a animava a tanta caridade eram as palavras de Jesus:"O que fizerdes a um destes pequeninos é a mim que o fazeis". Via e servia Cristo no pobre! Servia os pobres e os doentes, lavava-lhes os pés, curava-lhes as feridas, tratava-os com todo carinho. Ela dizia ainda:"Sejam diligentes em servir o pobre. Amem o pobre, honrem eles, meus caros filhos, como vocês honrariam a Jesus Cristo". Viveu 38 anos nesta caridade, generosa e heróica na dedicação, sempre serena.
Consumida pela fadiga, morreu no dia 15 de março de 1660, em Paris, e seu corpo repousa na capela da Casa Mãe das Irmãs da Caridade em Paris. Pouco tempo depois, São Vicente que por se achar doente não pode assistí-la, também entra no céu, neste mesmo ano. Foi beatificada em 1920 e, canonizada em 1934 pelo Papa Pio XI .
As Irmãs da Caridade encontram-se espalhadas em todo o mundo; e no Brasil elas estão desde 1849, dirigindo 150 casas de assistência aos doentes, velhos e órfãos.
A Sociedade de São Vicente de Paulo, SSVP, fundada pelo Beato Frederico Ozanan e que tem várias confrarias espalhadas por todo o Brasil, teve inspiração nela e em São Vicente de Paulo.
Santa Luísa de Marillac é padroeira dos doentes, dos Vicentinos e das viúvas.
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