Bondade de Elton John: ´Façam do papa santo´!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Esperança, que seja a palavra de ordem, a qual nos protege de todo mal e de todo desânimo

Por Geovane Saraiva*

Nosso querido papa Francisco, nas palavras de alegria, gratidão e esperança, ao receber em audiência o Arcebispo Metropolitano de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, em 31 de outubro de 2014, que renovou o convite para visitar a Capital Federal em 2017, dentro do contexto do jubileu dos 300 anos da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, a qual foi encontrada no ano de 1717, nas águas do rio Paraíba do Sul. Neste sentido, como resposta do Vigário de Cristo, Dom Sérgio ouviu nas três palavras: “Alegria por sentir o afeto por parte do povo e do episcopado brasileiro, gratidão pelo convite e, por fim, a esperança que ele mesmo demonstrou de concretizar a visita”.

Esperança parece ser a tônica do seu profícuo pontificado, quando afirmou na manhã do mesmo dia: “O amor abre as portas da esperança e não o rigor da lei”. Também alegra-nos e enche-nos de esperança as palavras da figura emblemática e planetária de Elton John, ao elogiar empolgadamente o Bispo de Roma em 29 de outubro 2014: “Ele é um homem amável e compassivo, que quer que todo mundo seja incluído no amor de Deus; o Papa Francisco está quebrando as barreiras da Igreja Católica”, disse ao público durante a edição 2014 do evento Elton John AIDS Foundation, que foi realizado em Nova Iorque, na qual o célebre cantor e gênio da música internacional pronunciou um discurso marcado pela generosidade, que logo teve enorme repercussão. Na ocasião, John pediu para que o Papa Francisco fosse reconhecido imediatamente como santo: "Há dez anos um dos maiores obstáculos para o combate à sida era a Igreja Católica e hoje temos um Papa que questiona isso" e finalizou com a feliz expressão: “Agora façam imediatamente desse homem um santo”!

Sem esquecer o trinômio terra, moradia e trabalho, palavras saídas da boca abençoada do Santo Padre e dirigidas às lideranças dos movimentos populares, que concluíram no dia 29 de outubro de 2014 um encontro inédito, convocado a pedido do Santo Padre, que causou inaudito eco: “Estar ao lado dos pobres é Evangelho, não comunismo”, palavras que nos fazem lembrar da célebre frase de Dom Helder Câmara: "Se eu dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista”. Também são oportunas as palavras do pastor dos empobrecidos: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os sonhadores”, ao ser acusado de demagogo, sonhador ou outro cavaleiro andante.

É missão de todos nós colocarmos bem no centro da nossa existência a esperança, na certeza de que, a partir da mesma, a humanidade saiba perceber que é chamada a olhar para frente, de recordar e ter diante dos olhos e no âmago do coração a promessa do próprio Deus feita a Abraão: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrarei” (cf. Gn 12, 1).  Daí a exortação do apóstolo Pedro, quando nos deixa clara a razão da nossa esperança, que se deve mostrar ao mundo (cf. 1Pd 3, 15), tão viva e presente no papa Francisco.

O que é esperança para nós cristãos? É a mais absoluta certeza do caminho certo, de que o mundo necessita de homens e mulheres com espíritos imbuídos desta virtude teologal, que no dizer do Santo Padre, o Papa Francisco, na catequese de 29 de outubro de 2014, significa: “Quando se olha Cristo não se erra”. E aqui me recorda a assertiva do apóstolo dos gentios: “Esperança, com efeito, é para nós qual âncora da alma, segura e firme, penetrante para  além do véu, onde Jesus entrou por nós, como precursor, feito  sumo sacerdote para a eternidade, segundo a ordem de Melquisedec” (cf. Hb 6,19-20).

Esperança, que seja a palavra de ordem, a qual nos protege de todo mal e de todo desânimo, além de ser alento diante do sofrimento e esmorecimento; que permanentemente saibamos dar a devida importância, considerando-a um símbolo sólido de firmeza, força, tranquilidade e fidelidade, de tal modo que por meio dela, quando surgirem tempestades, possamos sempre mais nos colocar no caminho seguro e duradouro da existência humana. Quem sabe esperar no Senhor, jamais irá passar pelo perigo de ver seu barco naufragar. “O cristão deve ter paixão pela esperança” (Papa Francisco).
*Geovane Saraiva é padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso. É autor dos livros “O peregrino da Paz”, “Nascido Para as Coisas Maiores”, “A Ternura de um Pastor”, “A Esperança Tem Nome”, "Dom Helder: sonhos e utopias" e "25 Anos sobre Águas Sagradas”.
06/11/2014  |  domtotal.com


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