SANTOS PRIMEIROS MÁRTIRES DA IGREJA - 30 DE JUNHO DE 2011

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Protomártires da Igreja de Roma
"O sangue dos mártires é semente de novos cristãos". 
(Tertuliano, escritor cristão do sec. II)

A memória dos primeiros mártires romanos celebra a fé dos que levaram até o fim a fidelidade ao projeto de Jesus. Aqui se incluem todos os que não têm seu nome nos livros martirológicos, cujas fontes biográficas se perderam com o passar do tempo.

No ano 65 da era cristã, um pavoroso incêndio  destruiu grande parte da cidade de Roma. Diz a história, que o cruel imperador Nero, deleitava-se do alto de uma colina com a contemplação do espetáculo macabro, enquanto tocava sua cítara. Diante disso o povo indignado acusou o imperador do crime. Este, para desviar a indignação dos romanos, jogou a culpa do incêndio sobre os cristãos, àquela época considerados inimigos da religião do Império. De 65 a 68, uma cruel perseguição foi movida contra os cristãos. Nesta primeira perseguição aos cristãos muitos sofreram o martírio, constituindo-se em preciosa semente que fecundou a gloriosa Igreja de Roma.

 Este fato é testemunhado pelo escritor pagão Tácito e por São Clemente, bispo de Roma, na sua Carta aos Coríntios.
O escritor romano Tácito, diz que foi ceifada "uma grande multidão de cristãos" submetidos às mais cruéis torturas: "Uns foram revestidos de pele de animais, para simbolizar representações mitológicas e melhor serem devorados pelas feras; outros, metidos em sacos de resina inflamável e amarrados em postes, foram queimados vivos a fim de iluminar as ruas noite adentro". . . "foram sacrificados não porque réus de incêndio, mas unicamente para satisfazer à crueldade do imperador"(Annales 15,44).
São Clemente Romano escrevendo aos fiéis de Corinto, alude a esta perseguição dizendo: "Uma grande multidão de fiéis suportou ultrajes e torturas e se transformou no mais belo exemplo entre nós. Entre estes também muitas  mulheres, sofrendo afrontas atrozes e sacrílegas, percorreram a trajetória segura da fé, obtendo o nobre prêmio, elas que eram fracas no corpo"(cap.5-6).

Nesta mesma perseguição morreram os Apóstolos Pedro e Paulo. A liturgia reformada, colocou a memória dos demais mártires ceifados pela perseguição do imperador Nero, um dia depois da festa dos dois Apóstolos, como preito de gratidão e propostos como maravilhoso exemplo de firmeza na fé.
Tertuliano, grande teólogo, chegou a dizer: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. 

A glória da Igreja são seus mártires: homens, mulheres, jovens e crianças que a tal ponto amaram a Jesus que não se importaram em sofrer ou morrer por Ele. A perseguição romana aos cristãos, durante 300 anos, não os atemorizou ou diminuiu-lhes o número. O martírio era uma prova imensa, pois supunha imensos sofrimentos, humilhações e vexames, angústias, tortura, decapitação, mutilação, ser entregue a animais ferozes nos circos, ser queimado vivo com crueldade, enfim, ser levado à morte física. 
Santo Inácio de Antioquia (séc. II), antes de ser despedaçado na boca de leões e tigres, dizia: “Triturado por leões, serei como o trigo que é triturado para com ele se fazer o pão da eucaristia. Deixai-me ser pasto das feras”.Entretanto, alguns mais fracos se atemorizaram e cederam quando perseguidos ou torturados, isto porque nem todos receberam a graça para serem fortes diante do sofrimento e o martírio.
As primeiras comunidades cristãs viam, nos irmãos que doavam a vida, um estímulo à perseverança e novos intercessores junto ao Senhor. Seus túmulos se tornavam locais de oração e de veneração. Os mártires eram o orgulho da fé cristã.

A palavra grega mártir significa testemunha diante de um tribunal, mas, com o tempo, ganhou um sentido cristão.
O mártir é a mais alta identificação com Cristo que afirmou: “Bem-aventurados sois vós quando vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. Grande será a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,11-12).
“O nome de mártir a comunidade cristã reservou para aqueles que deram testemunho da fé em Cristo derramando seu sangue”. Orígenes (+ 254)
Para a Igreja, o importante é o momento decisivo do martírio, não importando o passado do mártir.  Um santo mártir não é aquele que viveu heroicamente a fé, mas o que heroicamente derramou o sangue por Jesus. 

ORAÇÃO
Ó Deus, que consagrastes com o sangue dos mártires os fecundos primórdios da Igreja de Roma, dai que sua coragem no combate nos obtenha uma força inabalável e a alegria da vitória.. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.

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