SANTA CLARA DE ASSIS, VIRGEM, CLARISSA, FUNDADORA DA ORDEM 2ª FRANCISCANA, 11 DE AGOSTO

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Família Franciscana comemora hoje com grande alegria, Santa Clara de Assis, nascida em Assis, Itália, em 1193, morreu em 1253. Imitando o exemplo de seu concidadão São Francisco, seguiu o caminho da pobreza, foi Mãe Fundadora da Ordem das Damas Pobres (Clarissas). A sua vida foi de grande austeridade, mas rica de obras de caridade e de piedade. No ano anterior postamos sobre a vida de Santa Clara, você poderá ver em "santos e beatos franciscanos". Hoje queremos deixar para os que visitarem este blog, uma meditação sobre os escritos da santa, tirado do Ofício das Leituras, deste dia, para leitura e reflexão:



Da Carta a Santa Inês de Praga, de Santa Clara, virgem
 (Edit. I. Omaechevaria, Escritos de Santa Clara, Madrid 1970, pp. 339-341)
(Séc.XIII)

Contempla a pobreza, a humildade e a caridade de Cristo
Feliz a quem foi dado participar do sagrado convívio, de forma a aderir com todas as veras do coração àquele cuja beleza as santas multidões dos céus admiram sem cessar. Sua ternura
comove; sua contemplação fortalece; sua benignidade cumula, sua suavidade satisfaz, sua
lembrança ilumina docemente, seu odor revitaliza os mortos, e a sua gloriosa visão encherá de gozo os habitantes da Jerusalém do alto. Ele é o esplendor da eterna glória, fulgor da luz eterna,
espelho sem defeito (Sb 7,26). Olha todos os dias neste espelho, ó rainha, esposa de Jesus
Cristo, e contempla sempre nele tua face. Assim te adornarás toda inteira, por dentro e por fora, coberta envolta de brocados, enfeitada com as vestes e as flores de todas as virtudes, como
convém à filha e esposa castíssima do sumo Rei. Neste espelho refulgem a ditosa pobreza, a
santa humildade e a indizível caridade, como poderás contemplar, pela graça de Deus, no
espelho todo.

Quero dizer: vê no começo do espelho a pobreza daquele que foi posto no presépio, envolto em
faixas. Ó admirável humildade, ó estupenda pobreza! O rei dos anjos, o Senhor do céu e da
terra é deitado numa manjedoura! No centro do espelho, considera a humildade, quando não a ditosa pobreza, os inúmeros sofrimentos e penas que suportou pela redenção do gênero
humano. No fim desse espelho, contempla a indizível caridade que o levou a sofrer no lenho da cruz e nele morrer a mais ignominiosa das mortes. Este espelho, posto no lenho da cruz, aos que
passavam para ver estas coisas, advertia: Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor igual à minha dor (Lm 1,12). Respondamos, então, numa só voz, num só espírito ao que clama e se queixa: Lembro-me intensamente e dentro de mim meu coração definha (Lm 3,20).Assim te inflamarás cada vez mais fortemente com este ardor de caridade, ó rainha do rei celeste.

Contemplando, depois, suas inexprimíveis delícias, riquezas e honras perpétuas, suspirando
pela veemência do desejo do coração e do amor, exclames: Atrai-me, e correremos atrás de ti ao odor de teus perfumes (Ct 1,3 Vulg.), ó esposo celeste. Correrei sem parar, até que me
introduzas em tua adega, teu braço esquerdo ampare minha cabeça e tua direita me abrace feliz e que me beijes com teu ósculo de suprema felicidade (cf. Ct 2,4.6). Entregue a esta
contemplação, não te esqueças desta pobrezinha, tua mãe, pois sabes estar indelevelmente
gravada tua suave lembrança nas tábuas de meu coração e que para mim és a mais querida de todas.

 Responsório Sl 72(73),26; Fl 3,8b
 R. Mesmo que o corpo e o coração vão se gastando,
* Deus é o apoio e o fundamento da minh’alma,
é minha parte e minha herança para sempre.
V. Quis perder todas as coisas para o Cristo conquistar
e para nele me encontrar. * Deus é o apoio.

Oração
 Ó Deus, que na vossa misericórdia atraístes Santa Clara ao amor da pobreza, concedei, por sua intercessão, que, seguindo o Cristo com um coração de pobre, vos contemplemos um dia em vosso Reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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