Nasceu na aldeia de Riese, na diocese de Treviso, região de Veneza (Itália), em 1835, numa família pobre e humilde, mas de intensa vida cristã, e foi chamado de José Sarto. Era um menino inteligente e seus pais fizeram todo o esforço para que ele fizesse ao menos os estudos ginasiais. Para isso, da idade de 10 aos 14 anos, fazia vários quilômetros por dia, levando um pedaço de pão no bolso, seu almoço, descalço, só colocando os sapatos na entrada do colégio.
Desejava ser padre, para orgulho dos pais, que faziam grandes sacrifícios para ajudá-lo. Após terminar os estudos com brilhante êxito, tornou-se sacerdote.
Desempenhou santamente o ministério sacerdotal, e por sua dedicação, fidelidade e zêlo, tornou-se sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza, e papa, Foi eleito no conclave após a morte do grande Papa Leão XIII, no ano 1903.
Pio X continuou no Vaticano com sua vida de simplicidade, modéstia, e pobreza, como no seu tempo de vigário. Sua perspicácia abalou o mundo.
Após dois meses de sua eleição, escreveu a primeira encíclica com o programa de seu pontificado, voltado para pastoral, no incremento da vida eclesiástica e cristã. Promoveu profundas reformas na liturgia que contribuiram para grandes progressos da espiritualidade do início do século XX. Favoreceu a prática da comunhão diariamente e da comunhão das crianças. Mostrou grande preocupação com a difusão do relativismo religioso, enérgico no combate contra os erros que se infiltravam na Igreja, condenando-o sob o nome de modernismo.
Não foi teólogo, mas pastor dedicado, zeloso, vigilante e um verdadeiro santo, extremamente devoto, simples e sem ostentação.
Seu grande traço, que se refletia na fisionomia, era a bondade, uma bondade pura, suave, irradiante, que se impunha como presença física. De certa vez, os diplomatas perguntaram ao cardeal secretário de Estado, após uma audiência: "Monsenhor, que tem este homem, o papa, que atrai tanto?"
Prevendo a eminência da Primeira Guerra Mundial, procurou esconjurar de todos os meios, e amargurado, veio a falecer aos 20 de agosto de 1914, com 79 anos de idade. Logo o povo começou a tributar-lhe o título de santo, sendo reconhecido oficialmente pela Igreja em 1954.
No seu túmulo, a lápide resume bem sua vida: Pio X, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas".
São Pio X, rogai por nós
EXERCÍCIOS PIEDOSOS AOS CRISTÃOS - POR SÃO PIO X
Um bom cristão, pela manhã, assim que desperta, deve fazer o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus, dizendo estas ou outras palavras semelhantes:
"Meu Deus, eu vos dou o meu coração e a minha alma". Ao levantar da cama e enquanto nos vestimos, deveríamos pensar que Deus está presente, que este dia pode ser o último da nossa vida; ademais, devemos levantar-nos e vestir-nos com toda a modéstia possível. A um bom cristão, apenas se tenha levantado e vestido, convém pôr-se na presença de Deus e ajoelhar-se, se pode, diante de alguma devota imagem, dizendo com devoção: "Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração; dou-Vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite; ofereço-Vos todas as minhas ações, e peço-Vos que neste dia me preserveis do pecado, e me livreis de todo o mal. Assim seja". E rezar depois o Pai-Nosso, a Ave-Maria, o Credo, e os Atos de Fé, de Esperança e de Caridade, acompanhando-os com um vivo afeto do coração.
O cristão, podendo, deveria todos os dias: 1º. Assistir com devoção à Santa Missa; 2º. Fazer uma visita, por breve que fosse, ao Santíssimo Sacramento; 3º. Rezar o terço do Santo Rosário. Antes do trabalho, convém oferecê-lo a Deus, dizendo do coração: "Senhor, eu Vos ofereço este trabalho, dai-me a vossa bênção". Deve-se trabalhar para glória de Deus e para fazer a sua vontade. Antes da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e depois dizer com devoção: "Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que vamos tomar, para nos conservarmos no vosso santo serviço". Depois da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, e dizer: "Senhor, eu Vos dou graças pelo alimento que me destes; fazei-me digno de participar da mesa celeste". Quando nos vemos atormentados por alguma tentação, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de Maria, ou recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como, por exemplo: "Dai-me a graça, Senhor, de que eu nunca Vos ofenda"; ou então fazer o sinal da Cruz, evitando porém que as outras pessoas, pelos sinais externos, suspeitem da tentação. Quando uma pessoa reconhece ou receia ter cometido algum pecado, convém fazer imediatamente um ato de contrição, e procurar confessar-se quanto antes. [Quando fora da igreja se ouve o sinal de elevação da Hóstia na Missa solene, ou da bênção do Santíssimo Sacramento] é bom fazer, ao menos com o coração, um ato de adoração, dizendo, por exemplo: "Graças e louvores se dêem a todo o momento ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento". Ao toque das Ave-Marias [pela manhã, ao meio-dia e à noite], o bom cristão recita o Anjo do Senhor ["Angelus"] com três Ave-Marias. À noite, antes de se deitar, convém pôr-se, como de manhã, na presença de Deus, recitar devotamente as mesmas orações, fazer um breve exame de consciência, e pedir perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia. Antes de adormecer, farei o sinal da Cruz, pensarei que posso morrer esta noite, e oferecerei o coração a Deus, dizendo: "Meu Senhor e meu Deus, eu Vos dou todo o meu coração. Trindade Santíssima, concedei-me a graça de bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José, eu Vos encomendo a minha alma’. No decurso do dia pode-se invocar a Deus freqüentemente com as orações breves que se chamam "jaculatórias". [Eis algumas:] "Senhor, valei-me"; "Senhor, seja feita a vossa santíssima vontade"; "Meu Jesus, eu quero ser todo vosso"; "Meu Jesus, misericórdia"; "Doce Coração de Jesus, que tanto nos amou, fazer que eu Vos ame cada vez mais"; "Doce Coração de Maria, sede minha salvação"; É muito útil recitar, durante o dia, muitas jaculatórias, e podem recitar-se também com o coração, ser preferir palavras, caminhando, trabalhando, etc. Além das orações jaculatórias, o cristão deveria exercitar-se na "mortificação cristã". Mortificar-se quer dizer privar-se, por amor a Deus, daquilo que agrada, e aceitar o que desagrada aos sentidos ou ao amor-próprio. Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfermo, devemos, sendo possível, acompanhá-Lo com modéstia e recolhimento; e, se não é possível acompanhá-Lo, fazer um ato de adoração em qualquer lugar que nos encontremos, e dizer: "Consolai, Senhor, este enfermo, e concedei-lhe a graça de se conformar com a vossa sAntíssima vontade e de conseguir a sua salvação". Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo, irei, se puder, à igreja orar por ele; e, não podendo, encomendarei a Nosso Senhor a sua alma, pensando que dentro em breve hei de encontrar-me também eu nesse estado. Ao ouvir sinais pela morte de alguém, procurarei rezar um "De profundis" ou um "Réquiem", ou um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, pela alma desse defunto, e renovarei o pensamento da morte.
FONTE : Catecismo Maior de SÃO PIO X
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