SANTA MARIA JOSEFA ROSSELLO,MADRE, FUNDADORA, 3 DE OUTUBRO

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


"Se não somos generosos com Deus, Ele não será conosco. Não se responde ao amor senão com o amor".
Benedita Rossello, a quarta filha de uma numerosa família composta por dez irmãos, nasceu na belíssima cidade de Albissola Marina, em Savona, na Itália, no dia 27 de maio de 1811, batizada no mesmo dia de seu nascimento com o nome de Benedetta. Seus pais,  Bartolomeo e Maria Dedone, eram modestos fabricantes de vasilhas e desde cedo ajudava os pais e também cuidava dos irmãos menores para aliviar a mãe, em suas ocupações, mas seu maior desejo era ajudar  o próximo. 
Estudiosa, cheia de caridade para com os pobres e de devoção ao Crucificado e à Santíssima Virgem, desde cedo compreendeu que era preciso haver ao lado de um apostolado religioso, uma assistência material para aqueles que se encontravam na ignorância e na pobreza.


Inscreveu-se ainda muito jovem na Ordem Terceira Franciscana (provavelmente em 1830) e aos poucos sentiu nascer em seu coração o desejo de uma vida mais perfeita que lhe permitisse mais facilmente responder ao amor de Deus.
Aos dezenove anos foi trabalhar na casa da família Monleone, mais como filha adotiva de dois cônjuges privados de filhos, para ajudar ao seu pai enfermo. Por sete anos residiu naquela casa (1830-1837), colhendo, com sua conduta, a admiração e o afeto de todos.
Quando a senhora Monleone ficou viúva, propôs-lhe que permanecesse para sempre com ela, prometendo-lhe torná-la sua herdeira, mas Benedetta recusou: sentia-se chamada a uma outra vocação. Foi bater à porta de um instituto de caridade, desejosa de tornar-se freira, entre as Filhas de Nossa Senhora da Neve, mas obteve dolorosa recusa, por não dispor de dote suficiente para entrar no noviciado. Ela, que acabara de renunciar a uma farta riqueza, foi ainda acometida por duras provas; primeiramente morre-lhe a mãe, depois de um curto período o segundo dos irmãos, a irmãzinha Giuseppina de apenas dezessete anos e finalmente também o pai. Novamente sente-se no dever de cuidar dos irmãos. 

Em agosto de 1837, o bispo da diocese, Dom Agostino De Mari (1835-1840), aceitou que ela se ocupasse da juventude feminina negligenciada materialmente e moralmente em perigo.
 Em 10 de agosto iniciou seu trabalho social numa  modesta casa alugada, que seria semente de uma grande obra. Benedetta deu início à primeira escola, dirigida por ela e três companheiras voluntárias: Angela e Domenica Pescio e Paolina Barla. Angela Pescio, a mais velha, foi eleita superiora e a  Benedetta foi dado o ofício de mestra das noviças, vigária e economista. Um crucifixo, uma imagem de Nossa Senhora Mater Misericordiae e cinco liras de capital formavam toda a “riqueza” material.
Em 22 outubro 1837 obteve a primeira vestição e Benedetta recebeu pelo bispo o nome de Irmã Maria Giuseppa (certamente por saber ser o santo de sua maior devoçao) e o Instituto  denominado como “Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia , consagrado à Virgem no notável santuário Virgem da Misericórdia (Savona).

O princípio fundamental da nova instituição era o de se dedicar ao ensino e educação das jovens pobres, e assistência aos doentes. Deveriam também prestar serviço nas escolas, nos hospitais, nas paróquias, onde fossem necessárias. Dois anos depois, em 2 agosto 1839, as irmãs pronunciavam os votos perpétuos. Em 1840 as irmãs professas já eram sete, e quatro noviças, e no Capítulo no mesmo ano, Irmã Maria Giuseppa foi eleita superiora por unanimidade, permanecendo por cerca de quarenta anos, até sua morte.
Em 1840, morre Dom De Mari, deixando um primeiro esboço da Regra,  que foi confiada ao Pe. Innocenzo Rosciano, um carmelita, para a redação definitiva. Em 14 fevereiro 1846 foi entregue solenemente às irmãs. 
Recebem então um novo hábito, pelo bispo de Savona, Dom Alessandro Ottaviano Riccardi (1841-1866, depois arcebispo de Torino). Sob sábia direção de Irmã Maria Giuseppa o Instituto começou a se difundir no período de 1842-1855.

Em 1856 a santa madre começa a colaborar também na obra de resgate dos escravos africanos, à qual se dedicavam dois beneméritos sacerdotes: Nicolò Olivieri (1792-1864) e Biagio Verri. A porta do Instituto se abria agora, para acolher grupos de crianças negras libertadas de uma aviltante escravidão. 
O espírito missionário da santa aumentou cada vez mais, em 1876, quando pode enviar um primeiro grupo de quinze irmãs para Buenos Aires, Argentina. Em 1859, uma nova fundação, a "Casa da Providência", foi iniciada para re-educação e inserção na vida, de jovens de classes pobres, sua constante preocupação. Outros centros análogos foram abertos em vários locais e,em 1863 em Albissola,  surge a “Segunda Providência”.
Em 1869, Irmã Maria Giuseppa iniciou corajosamente uma outra obra, com a ajuda da diocese, de zelosos sacerdotes, o "Pequeno Seminário para os rapazes da classe operária", permitindo-lhes a carreira eclesiástica gratuitamente, o que também lhe custou não poucas amarguras pela malignidade contra esta instituição por parte de muitos.
A última de suas obras, sonhada e realizada postumamente foi a fundação em Savona da "Casa das  Arrependidas"(1880), um refúgio para moças arrependidas, em vias de conversão, tiradas da prostituição. "Se a obra que empreendemos é de Deus,chegaremos a cumprí-la", dizia Madre Rossello, sem jamais esmorecer.

Um aspecto do temperamento imensamente caritativo de Maria Giuseppa Rossello começa pelo simples âmbito religioso para inserir-se entre os mais nobres benfeitores sociais, com fundação de escolas populares gratuitas e outras obras.
A espiritualidade da santa foi acentuada por uma iluminada luz da Providência, sob o patrocínio do São José (seu santo de maior veneração) e em seu espírito de iniciativa. Costumava repetir sempre às suas Filhas: “Coração em Deus, mãos no trabalho!”, e quando a tarefa parecia muito espinhosa: "Faça o que puderes; Deus fará o resto". Nunca desdenhou os mais humildes serviços ou cuidados aos enfermos, sempre com caridade paciente e perseverante.

Após sua laboriosa jornada, com sessenta e nove anos de idade, em 7 dezembro 1880, na casa mãe em Savona, sofreu complicações cardíacas, partindo para a eternidade em conceito de santidade e foi sepultada no cemitério da cidade. Em 1887 seu corpo foi transportado para a casa-mãe.

Até sua morte, o Instituto contava com 68 casas (escolas, orfanatos, hospitais e refúgios para jovens arrependidas). As Irmãs de N.Sra da Misericórdia em 1949, quando foi canonizada, eram mais de três mil, servindo em 260 casas de caridade na Itália e na América Latina.
No dia 23 de janeiro de 1892, com um decreto episcopal, São José foi oficialmente reconhecido co-patrono do Instituto. Com o Decreto de 14 de setembro de 1900, Leão XIII reconheceu a missão que o Instituto desenvolvia na Igreja. Em 12 de janeiro de 1904, São Pio X aprovou definitivamente o Instituto e as Constituições. 
A causa de sua beatificação foi introduzida em Roma e foi beatificada em 6 novembro de 1938 após oportuno estudo de sua vida e reconhecimento de dois milagres operados em duas de suas irmãs do Instituto: Ir. Maria do Espírito Santo e Ir. Paolina Dameri.

Maria Giuseppa Rossello foi canonizada por Pio XII em 12 Junho de 1949. Foram aprovados os milagres reconhecidos com outras dezenas de pessoas. Sua relíquias são veneradas na capela da casa mãe das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, em Savona. 

Oração 
 Bendito sejais, Deus onipotente, que concedestes grande santidade a vossa serva santa Maria Josefa Rossello. E pela intercessão de Santa Maria Josefa, concedei-nos, Senhor, a graça que humildemente vos pedimos. Por Jesus Cristo, Senhor nosso, amém. 
Santa Maria Josefa, rogai por nós.

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