SANTA TERESA D'AVILA, VIRGEM, DOUTORA DA IGREJA, REFORMADORA, FUNDADORA, MÍSTICA, 15 DE OUTUBRO

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"Como a corça suspira pelas águas da torrente, assim  minha alma suspira por vós, Senhor. Minha alma tem sede do Deus vivo."(Sl 41, 2-3).


Teresa de Cepeda y de Ahumada (santa Teresa de Jesus) nasceu em Ávila, Espanha, em 1515, no século das grandes conquistas. Morreu na noite de 4 de outubro de 1582, exatamente no ano em que a correção do calendário, feita pelo Papa Gregório XIII, fez seguir imediatamente o dia 15 de outubro. Recebeu em família uma educação a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, seu maior encanto era a vida dos santos mártires. Tão impressionada ficou, que combinou com o irmão fugir de casa para alcançar a terra dos mouros, responsáveis pelo martírio de tantos cristãos.

Aos vinte anos ingressou no Carmelo de Ávila mas  não foram nada edificantes os seus primeiros anos de consagrada. Jovem cheia de vida, inteligente, bela, procurava conciliar sua vida religiosa no claustro com o apego às criaturas, aos parentes, com as longas conversas no parlatório, desnecessárias  e até com certa frivolidade, como ela mesma confessa no Livro da Vida. 

O relaxamento no fervor religioso podia colocar em risco sua perseverança, até que um dia, foi tocada profundamente pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor. 
"Senhor, não me levanto do lugar onde estou,  enquanto não me concederdes a graça e fortaleza  bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”.
 Resolveu mudar de atitude e, de uma vez para sempre, extinguiu no seu coração o apego ao mundo, às criaturas e às vaidades mundanas.

Em 1562, depois de vinte e cinco anos de vida religiosa, Teresa mergulhou numa obra gigantesca dando início à reforma dos Carmelos, tão numerosos na Espanha. Nas suas peregrinações de reformadora era vista indo e vindo pelas estradas da Espanha sem cessar. Com destemida coragem enfrentou todas as dificuldades e contradições que a reforma implicava  e, conseguiu, que algumas dezenas de conventos aceitassem voltar ao   fervor primitivo da vocação carmelita. Além dos mosteiros reformados conseguiu fundar outros trinta e dois (dezessete femininos e quinze masculinos).

Possuidora de grande inteligência e profundos conhecimentos teológicos, revela uma alma totalmente possuída por Deus, que a purificava através dos sofrimentos físicos e morais, inclusive acusações caluniosas junto às autoridades eclesiásticas, que quase fizeram fracassar sua obra.


Ao mesmo tempo que levava uma vida tão agitada, acrisolava cada vez mais sua vocação contemplativa, escrevendo suas experiências místicas.
Em sua biografia há capítulos ( 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da  sua vida interior.  O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a  quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.
                                      Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.

 Deixou obras imortais como  o Caminho da Perfeição,  As moradas,  A autobiografia, etc. que lhe conferiram o título de doutora mística, fazendo-a junto com são João da Cruz a criadora da espiritualidade carmelita, um dos máximos expoentes da teologia mística de todos os tempos.
A finalidade da via carmelita é a união absoluta com Deus até se formar uma espécie de matrimônio espiritual entre a alma e Deus. O seu segredo é o amor unitivo.
Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem  a todos os conventos de sua fundação ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta:

" Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a felicidade de ver-vos eternamente." – Sou uma filha de Vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica, quero morrer".   - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar".
Santa Teresa morreu em 1582, em Alba de Tormes (Salamanca), na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.
                                      Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.


 Nela o amor pela Igreja tornou-se de fato uma paixão. Ficou conhecida como Teresa, a grande, mas sua profunda doutrina espiritual, que muito tem de Agostinho e Gregório Magno, lhe mereceu ser declarada por Paulo VI, " Doutora da Igreja", ou seja,  mestra de espiritualidade.
Santa Teresa de Jesus, rogai por nós.


"Senhor, quero cantar eternamente a vossa misericórdia e vossa felicidade de geração em geração" (Sl 88, 2).


Com a Liturgia das Horas, rezemos:
Hino (Vésperas)


Este é o dia em que Teresa,
qual pomba de branca alvura,
à terra tão pouco presa,
o templo do céu procura.


As falas do Espírito escuta:
Amada, vem do Carmelo!
Esquece, irmã, tua gruta,
que o meu amor é mais belo.


Cantemos o Esposo amado,
que vem desposar Teresa
com seu anel de noivado
e a lâmpada sempre acesa.


Oração


Ó Deus, que pelo Espírito Santo fizestes surgir Santa Teresa para recordar à Igreja o caminho da perfeição, dai-nos encontrar sempre alimento em sua doutrina celeste e sentir em nós o desejo da verdadeira santidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
(Publicado em 15.10.2010, atualizado em 15.10.2012)

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