Santos Nicolau Tavelic, Deodato de Rodez, Pedro de Narbona e Estevão de Cúneo, Sacerdotes e mártires da Primeira Ordem Franciscana. Canonizados por Paulo VI no dia 21 de junho de 1970.
Nicolau Tavelic (1340-1391) -É o primeiro croata canonizado, uma figura extraordinária no ambiente do seu tempo. Nasceu por volta de 1340 em uma cidade da Dalmácia, e quando era ainda adolescente ingressou na ordem dos frades menores. Depois de ordenado sacerdote foi enviado como missionário para a Bósnia, onde durante 12 anos se dedicou totalmente à conversão dos bogomilos, hereges de tendência maniqueísta, juntamente com Deodato de Rodez.
Em 1384 dirigiram-se ambos à Palestina, onde se associaram a outros dois confrades, Pedro de Narbona e Estevão de Cúneo, todos eles futuros mártires de Cristo. Entretanto fixaram-se em Jerusalém, no convento de São Salvador, em oração e estudo. Depois de muito meditar sobre o assunto, Nicolau projetou uma missão muito ousada, missão já sonhada anteriormente por São Francisco, movido pelo Espírito Santo, pelo zelo da fé e pelo desejo de martírio. Tratava-se de anunciar publicamente em Jerusalém, aos chefes dos muçulmanos, a pessoa e a doutrina de Cristo.
Deodato de Rodez-Nasceu em uma cidade francesa que nos textos originais latinos é designada por Ruticinium, identificada com a cidade atualmente chamada Rodez, sede episcopal, a uns 600 quilômetros a sul de Paris. Fez-se frade menor quando ainda era moço, e foi ordenado sacerdote na província franciscana da Aquitânia.
Por volta de 1373 o vigário geral P. Bartolomeu do Alverne fizera um apelo com o fim de recrutar religiosos para uma particular expedição missionária à Bósnia. Um bula de Gregório XI publicada nessa altura apresentava boas perspectivas para o progresso da fé nessas zonas infestadas pela heresia dos bogomilos, seita herética de fortes tendências maniqueístas, cujos principais representantes uniam aos erros dogmáticos uma rígida austeridade de vida.
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Em 1384 foram ambos para a Palestina, onde se encontraram com outros dois confrades já mencionados, com quem viriam a compartilhar as atividades apostólicas e a palma do martírio.
Pedro de Narbona -Da província franciscana da Provença, durante vários anos aderiu à reforma iniciada em 1368 na Úmbria e tendente a uma mais perfeita observância da regra de São Francisco. Em pouco tempo essa onda reformista se espalhou por toda a Úmbria e pelas Marcas, a ponto de em 1373 já contar com uma dezena de eremitérios. Tratava-se de um movimento de fervor que procurava renovar o elã inicial da vida franciscana, em especial no ideal da pobreza e na prática da piedade. O fato de Pedro de Narbona ter vindo do sul da França para os eremitérios da Úmbria mostra bem o seu fervor religioso e esclarece bem tanto a sua vida anterior como a sua permanência em Jerusalém.
Estevão de Cúneo -Natural de Cúneo, no Piemonte, fez-se frade menor em Génova, na província franciscana da Ligúria. Durante 8 anos trabalhou ativamente na Córsega, como membro do vigariato franciscano dessa ilha. Pode-se dizer que terá feito aí um bom noviciado apostólico. Depois passou como missionário para a Terra Santa, onde a 14 de novembro de 1391 selou com o martírio a pregação do evangelho, demonstrando que o islamismo não é a religião verdadeira, e que Cristo, e não Maomé, é o enviado de Deus para salvar a humanidade.
No dia 11 de novembro de 1391, após intensa preparação, os quatro missionários puseram em prática o projeto delineado. Saíram juntos do convento, levando cada um deles um papel dobrado ao meio, com uma página interior escrita em latim e outra em árabe. Dirigiam-se à mesquita, mas os árabes não os deixaram entrar, e perguntaram-lhe o que queriam. Eles responderam que queriam falar com o Cadi, pois tinham a dizer-lhe coisas muito úteis para a salvação. Responderam os mulçumanos que o Cadi não estava na mesquita, mas lhe indicariam onde era a casa dele.
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Ao ouvir este discurso inflamado, o Cadi dirigiu-se aos quatro religiosos perguntando-lhes: “Isso que estais por aí a dizer, dizei-lo com pleno conhecimento e liberdade, ou resulta de um momento de exaltação fanática, sem controle da razão? Foi por ventura o papa ou algum rei da cristandade que vos mandou cometer semelhante loucura?”. Os religiosos responderam imediatamente: “Viemos aqui simplesmente enviados por Deus. E vós, se vos recusais a acreditar em Cristo e a receber o batismo, não tereis a vida eterna”.
Foram de imediato condenados à morte e, no dia 14 de novembro de 1391, foram assassinados, despedaçados e queimados.
Fonte:Franciscanos.org.br
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