Santa Fara (Burgundofara) Abadessa - 7 de dezembro
Nasceu
na aldeia de Pipimisicum (atual Poincy, próximo de Meaux), provavelmente no ano
de 595. Era filha do conde Cagnerico e de Leodegonda, e teve dois irmãos
santos: São Cagnoaldo, monge em Luxeuil, e São Faro, Bispo de Meaux. Seu pai
possuía terras em Champigny. Seu nome, Fara ou Bara, significa “baronesa”, e Burgundofara é “baronesa de Borgonha”. Não sabemos se
seria um título e se possuía outro nome.
Quando Fara era menina, São Columbano,
o apóstolo da Irlanda, exilado em Luxeuil e hóspede na casa dos pais de Fara,
indicou a ela a vida de consagração a Deus. O Santo gostava muito da menina e
reconheceu nela grandes virtudes, tendo-lhe ensinado a amar a Cristo, a rezar e
a fazer caridade aos pobres. Fara também tinha muito afeto pelo Santo,
sobretudo depois do milagre feito por ele: São Columbano fez as espigas de
trigo amadurecerem antes do tempo da colheita.
Fara desejava ser religiosa, mas seu
pai tinha outros planos: um casamento com um nobre da corte do Rei Teodeberto
II. A jovem então adoeceu e ficou em um tal estado, que Santo Eustácio,
sucessor de São Columbano na direção do mosteiro de Luxeuil, e diretor
espiritual da jovem, teve que intervir e revelou a Cagnerico que se a deixasse
livre para se consagrar a Deus ela ficaria curada. O pai aquiesceu e a jovem
recobrou a saúde.
O pai não manteve sua promessa e
percebendo que começavam a preparar um casamento para ela, abandonou a casa
paterna e se refugiou, com uma amiga fiel, perto da igreja de São Pedro.
Descoberta, rogaram-lhe que voltasse para casa, chegando a ameaçá-la de morte.
Ela porém não desistiu da decisão tomada. Informado do que estava acontecendo,
Santo Eustácio novamente interveio e, após admoestar severamente Cagnerico,
convenceu-o definitivamente a deixar Fara seguir sua vocação.
O Bispo Gondoaldo de Meaux impôs-lhe o
véu no ano 614. Em 620, tendo recebido de herança do pai um terreno entre dois
rios, Fara fundou o seu próprio mosteiro, dedicado a Santa Maria, a São Pedro e
a São Paulo. O Mosteiro de Evoriacum, famoso por seus “queijos Brie”, tomou o
nome de Faremoutiers, ou seja, “mosteiro
de Fara”, no século VIII, quando Fara já era venerada como santa.
Erguido junto a uma igreja consagrada
a Virgem e aos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o mosteiro tornou-se logo o
centro de uma fervorosa vida espiritual. Inicialmente foi adotada a regra de
São Columbano, posteriormente a da Ordem beneditina.
A fama da santidade de
Fara rapidamente espalhou-se pela França e chegou à Inglaterra, onde muitas
princesas pediram para se colocar sob a direção dela. Entre estas estão Santas
Sisetrude, Gibitrude, Hercantrude. A princesa inglesa Sedrido sucedeu-a como
abadessa.
A Abadia de Faremoutiers tornou-se uma
escola de santidade onde milagres e maravilhas eram comuns. Frequentemente por
ocasião do falecimento de monjas coros angélicos podiam ser ouvidos por todo o
convento, enquanto as almas das defuntas eram levadas para o Paraiso. As curas
espirituais e físicas eram numerosas.
Jonatas de Faremoutiers conta alguns
casos que se não são reais falam bastante de Fara: umas monjas, enfastiadas da
vida religiosa, tentaram fugir de noite; quando estavam escapando, um globo de
fogo desceu do céu e incendiou o mosteiro. Surpreendidas, Fara castigou as
fugitivas no cárcere monástico. Em outra ocasião, Fara viu um enorme porco
junto a uma monja no refeitório e lhe foi revelado que esta pecava de gula,
chegando a roubar alimentos da dispensa.
Fara morreu por volta de 675 e o seu
corpo foi sepultado perto do altar, estando presente seu irmão São Faro.
Algumas dezenas de anos depois, Maiolo, abade do mosteiro da Santa Cruz de
Meaux, removeu as relíquias da terra expondo-as à veneração pública.
Em Faremoutiers a memória de Santa
Fara é celebrada no dia 7 de dezembro. Ela é invocada especialmente contra as
doenças dos olhos.
Em 1617, ocorreu um milagre
documentado, com testemunhos e dados médicos. Uma monja, filha do Tesoureiro
Financeiro de Paris, perdeu a visão. Médicos importantes a visitaram, porém
nada puderam fazer, a não ser matar os nervos óticos para evitar as dores. No
dia 7 de dezembro de 1622, festa de Santa Fara, a monja passou três vezes sobre
seus olhos a relíquia da santa exposta à veneração dos fieis e imediatamente
começou a ver.
Santa Fara é padroeira das cidades de
Aveluy, Cinisi e Providenzza. Suas relíquias estão principalmente em
Faremoutiers e em Champeaux.
fonte: heroinasdacristandade
0 comentários:
Postar um comentário