4º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C - 10.3.2013
Jr 5,9a.10-12
Sl 33 Provai e vede quão suave é o Senhor!
2Cor 5,17-21
Lc 15,1-3.11-32
Roteiro Homilético
A proposta de reflexão
sobre a liturgia do domingo, 10 de março, é de autoria do Pe. Johan Konings SJ,
sob a responsabilidade do Professor e Reitor da FAJE, Pe. Jaldemir Vitório SJ.
Para assessar a íntegra do Roteiro Homilético basta clicar abaixo.
Antigamente, a proximidade da Páscoa causava,
em alguns, nervosismo, em outros, piedosa alegria: era o momento de fazer a
confissão pascal...
A liturgia de hoje nos fala da alegria da
volta e reconciliação. No quadro apresentado pela 1ª leitura, os hebreus chegam
ao fim de sua peregrinação pelo deserto. Estão entrando na Terra Prometida e
podem esquecer a vergonha de sua escravidão. Celebram a Páscoa, comendo o pão
sem fermento dos primeiros frutos da terra recebido de Deus. O evangelho
descreve filho pródigo que volta para seu pai, o qual o acolhe com uma alegria
do tamanho do seu amor, pois seu filho “estava morto e voltou à vida, estava
perdido e foi encontrado”. Assim, a liturgia de hoje é uma grande exortação
para que o pecador volte à alegria que Deus lhe destina. Basta que se entregue
a Cristo, admitindo, no seu coração, que a morte de Jesus por amor nos
reconciliou e que a vida dele nos indica o rumo a seguir.
Por que não dar ouvido a essa exortação?
Aquele que vive estraçalhado por desejos egoístas, contraditórios e
insaturáveis, por que não volta a viver a benfazeja doação da vida, a exemplo
de Jesus? O que sente remorsos por injustiçar seus semelhantes, por que não
repara sua injustiça para reencontrar a paz? Quem se deixou seduzir pelas
drogas, consciente de estar num beco sem saída, por que não imita o exemplo do
filho pródigo? Aquele que sabe que sua riqueza causa a pobreza de muitos, por que
não se esforça para, em espírito de comunidade, criar estruturas de
participação?
Se Jesus contou a parábola que hoje é
apresentada, é porque sua missão serve para instaurar essa relação nova entre
Deus e os homens. A fé, a união com Cristo implica essa nova relação com Deus,
o encontro do arrependimento do pecador com a misericórdia de Deus, ao qual
dizemos: “Volta-te para nós, para que voltemos a ti!” Pois o pai misericordioso
já estava voltado para ele antes que ele voltasse... Basta aderir radicalmente
a Cristo, na comunhão de sua Igreja, para encontrar o caminho da reconciliação,
a alegria da volta, a Terra Prometida.
A Igreja recebeu de Cristo um sinal para
marcar com sua garantia essa reconciliação: o sacramento da penitência ou da
volta. Quem sinceramente se confessa, pode estar seguro de sua reconciliação
com Deus. Este sacramento encontra muita resistência porque ninguém gosta de se
sentir julgado. Mas o evangelho de hoje mostra exatamente que Deus não quer
julgar o pecador, quer simplesmente apertá-lo nos braços. A confissão deve ser
apresentada não como julgamento, mas como acolhida. O que importa não é o
passado, a lista de pecados a apresentar, e sim, o futuro: o abraço acolhedor
do Pai.


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