DIA DOS FINADOS - 2 DE NOVEMBRO

sexta-feira, 2 de novembro de 2012


Podemos fazer alguma coisa pelos mortos?

Em vez de propor-nos hoje a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos.


Eles não estão longe de nós; pertencem todos – os mortos no abraço de Deus – à comunidade dos homens e à comunidade da Igreja.


“Deus, que ressuscitou Jesus dentre os mortos, também dará vida aos nossos corpos mortais pelo seu Espírito que habita em nós”(Rm 8,11).


Diz o Apóstolo São Paulo: “Irmãos, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem”(1Ts 4,13-14). Recebamos esta exortação que é dirigida também a todos nós.
Para aqueles que não tem fé, o dia dos finados é um dia de tristezas e lamúrias, mas para quem crê, é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido com a morte, mas é sempre vivo e atuante
 pela oração de sufrágio.

Jesus Cristo fez alusão a pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.

A morte do cristão não é um momento no fim do seu caminho terreno, um ponto isolado do resto da vida. A vida terrena é preparação para a do céu, nela estamos como criancinhas no seio materno: nossa vida na terra é um período de formação, de luta, de primeiras opções.
 Ao morrer, o homem se encontrará diante de tudo o que constituiu o objeto das suas aspirações mais profundas: encontrar-se-á diante de Cristo e será a opção definitiva, construída por todas as opções parciais desta terra. Cristo espera eternamente com os braços abertos; o homem que optou contra Cristo, será queimado eternamente por aquele mesmo amor que repeliu. O homem que se decide por Cristo encontrará no mesmo amor a plena e infinita alegria.

A fé nos ensina que existe um lugar de purificação para as almas depois da morte, isto porque toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Estas faltas as impedem de entrar diretamente no Reino de Deus que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade.  Deus em sua infinita bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de Purgatório

Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágio das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas.

A oração pelos mortos no Antigo Testamento

“É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2Mc 12,45). Depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviadas ao Templo de Jerusalém, solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra.

A oração pelos mortos na Igreja

Desde os primeiros séculos eram praticadas nas Igrejas a oração pelas almas dos mortos. Nas catacumbas romanas onde eram sepultados os cristãos, há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam
 dos irmãos na fé.


Santa Mônica,  mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para a África, assim falava ao filho: “Ponde meu corpo em qualquer lugar e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que no altar de Deus vos lembreis de mim, onde quer que estiverdes”.

O dia dos finados

Esta comemoração teve origem no mosteiro beneditino de Cluny, por volta do ano 1000, quando o abade santo Odilão, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Esta comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, tornando-se aos poucos universal a dedicação de 2 de novembro à memória dos fiéis falecidos.

O papa Bento XV, no tempo da primeira guerra mundial concedeu a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar “três missas” neste dia.

Indulgência plenária pelas almas
 O que é indulgência?

Indulgência é o cancelamento das penas devidas pelos pecados que nós cometemos e que já foram perdoados na confissão.
 Mas é preciso explicar uma coisa: quando se comete um pecado grave, há duas consequências: a culpa e a pena. 
A culpa é aquela ofensa que se faz a Deus e a confissão perdoa.
 No entanto, ainda fica a chamada ‘pena temporal’, que é o estrago causado pelo pecado na sua própria alma, porque você deixou de ser mais santo.
 Então, há de querer recuperar isso.
 Essa pena nós cumprimos aqui na terra com orações e penitências ou no purgatório, se a pessoa morrer com elas.
A indulgência retira essas penas das almas do purgatório; elas fazem aquilo que nós chamamos de sufrágio da alma. (Prof. Felipe Aquino-Cancaonova.com)

No dia de Finados, receba uma indulgência plenária! - "A indulgência retira as penas das almas do purgatório"
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos.Também lucra-se a Indulgência Plenária diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial(Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e Ave-Maria e Glória, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).

ORAÇÃO

Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
(Publicado em 02.11.10, atualizado em 02.11.2012)

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